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As criações envolvendo o uso de inteligência artificial (IA) na música ganham a cada dia um novo capítulo. Na semana passada, os fãs do Queen movimentaram as discussões no Twitter com um áudio que mostrou a recriação da voz de Freddie Mercury na canção “Yesterday”, dos Beatles. Pouco antes, a voz de Paul McCartney, dos Beatles, havia sido utilizada numa nova versão de “Bohemian Rhapsody”, do Queen.

Essa grande polêmica envolvendo músicas geradas por ferramentas de inteligência artificial, com vozes de artistas consagrados, está longe de chegar ao fim e trazer à tona uma importante discussão em torno de questões como direitos autorais e autenticidade. Mas é fato que essa tecnologia já está integrada no meio das produções musicais.

Sites como Mubert AI, Amper Music, MusicLM & Boomy, estão possibilitando novas oportunidades para a criatividade e a democratização da produção musical. Paulo Silveira, CEO e cofundador da Alura, afirma que “estamos vendo um novo mundo de possibilidades se desdobrando diante de nossos olhos. A música gerada por IA não é mais uma ideia absurda, mas uma realidade que já está sendo explorada por artistas e produtores”, pontua.

Para Sérgio Lopes, CTO da Alura, “você consegue treinar um modelo de IA com todas as músicas de um cantor ou cantora e gerar um próximo álbum, que mal se consegue diferenciar se foi realmente gravado pelo artista ou por uma ferramenta de inteligência artificial”. Ele avalia: “Fico pensando em tudo que veremos dentro da indústria da música”.

Mas, enquanto a tecnologia avança, ainda há coisas que ela não é capaz de imitar. Um exemplo disso é a técnica do lendário produtor musical J. Dilla, que subvertia o sequenciador eletrônico para criar beats “defeituosos”. Ao programar a máquina para errar os andamentos de forma irregular, Dilla criava uma sonoridade única, diferente da precisão das baterias eletrônicas. Na versão de “Bohemian Rahapsody”, por exemplo, a IA não foi capaz de reproduzir a parte mais artística que há na canção, a sua ópera. São sutilezas humanas que a tecnologia ainda não integrou. Pelo menos por enquanto.

Confira abaixo a voz de Freddie Mercury recriada por IA na canção “Yesterday”, dos Beatles:

Neste outro player você tem o clássico “Bohemian Rhapsody”, do Queen, cantado pelos Beatles em IA:

Fonte: Radio Rock