Lobão compartilhou na manhã desta quinta-feira (27) um trecho de uma entrevista concedida no mês passado ao podcast “Portas Abertas”, comandado pelo jornalista Carlos Tramontina, onde ele explica se é obrigado ou não a tocar os seus hits nos shows.

Tramontina pergunta: “Quando o artista fica, de certa forma, escravo de seu sucesso, ele é obrigado a tocar determinada música? O cantor responde o que faz ao ouvir um pedido musical no início de uma apresentação: “Daí eu já dou uma bronca na pessoa e falo: ‘Ejaculação precoce aqui não! Tá bom?”.

Lobão explica que seus concertos são uma verdadeira história, com início, meio e fim: “O show não é um playlist, eu não sou uma vitrola. Se você quiser ouvir essa música vá ouvir na sua casa, porque eu tenho uma coisa na minha cabeça que eu fiz em mente e vou colocá-la aqui”. Ele acrescenta: “Às vezes, sou pior. Eu ia tocar [o pedido musical], agora não vou tocar” [risos]. Já fiz muitas vezes isso!”.

Quando Tramontina diz que há um “público mala” [em qualquer tipo de show], Lobão traz uma explicação internacional para o fenômeno de pedidos de música em apresentações ao vivo: “O Neil Young chama esse tipo de pessoa de ‘público lixo’. Por quê? Porque esse público não está ali pra ouvir nada. Fica o tempo todo: ‘Toca essa, toca essa’. Então, ele não ouve nada e fica te puxando, te drenando pra que você fique naquele tempo que na verdade é uma relação onanista com suas nostalgias, com suas recordações”.

E não adianta apelar para o sentimentalismo, porque quando um fã fala que tal música representou coisas como “meu primeiro beijo com minha namorada”, Lobão responde para essa pessoa: “Eu não tenho nada a ver com seu primeiro beijo! Vá se recordar na sua casa! Aqui é um show de rock and roll, é outra coisa”.

Celebrando 50 anos de carreira, Lobão está na estrada com a turnê “50 Anos de Vida Bandida”, que rodou o Brasil nos últimos meses, com espetacular retorno de público e crítica, tendo praticamente todas as datas com casas lotadas.

FONTE: RADIO ROCK