Nesta terça-feira triste de 22 de julho, dia em que nos despedimos de Ozzy Osbourne, muitas de suas histórias começam a ser contadas por portais de internet e perfis de redes sociais. Toda e qualquer lembrança que você ler, ver ou ouvir sobre Ozzy o relacionará com uma jornada selvagem de excessos, caos e renascimentos que moldou o heavy metal e o transformou numa lenda.

Em 1979, após a turnê do álbum “Never Say Die!”, o cantor acabou demitido do Black Sabbath por conta do abuso de substâncias, sendo substituído por Ronnie James Dio. “Fomos todos tão ruins quanto um ao outro”, diria ele mais tarde, contestando a decisão.

Com a ajuda de Sharon Arden, filha do empresário da banda e futura esposa, Ozzy lançou o álbum “Blizzard of Ozz”, deu início a uma carreira solo triunfante e enfileirou uma sequência de álbuns de sucesso. Mas os demônios pessoais seguiam à espreita. Durante os anos 80 e 90, seus episódios bizarros e autodestrutivos entraram para a história do rock: mordeu a cabeça de um morcego no palco, urinou no Álamo e quase estrangulou a esposa durante um surto induzido por drogas, do qual nem se lembrava.

Apesar dos tropeços, Ozzy virou ícone cultural. O Ozzfest colocou seu nome no alto das paradas do metal e, em 2002, ele e sua família protagonizaram “The Osbournes”, o reality da MTV que escancarou o caos doméstico da realeza do rock com um toque de humor ácido e autenticidade brutal. A série foi pioneira no formato e deu uma nova dimensão à fama do cantor, transformando o anti-herói do metal num astro pop com status de fenômeno midiático. O Príncipe das Trevas não era apenas do heavy metal, era um produto global.

Hoje, ao olhar pra trás, a linha entre a lenda e o homem se dissolve em meio a riffs, cicatrizes e aplausos. Ozzy Osbourne viveu como cantou: no limite, com a alma exposta e o coração no palco. E quando chegou a hora de se despedir, ele não fugiu, se levantou, encarou os holofotes uma última vez e entregou tudo o que restava de si num show emocionante. Foi seu jeito de dizer “obrigado” com o olhar de quem sabia que ali estava encerrando um ciclo, fazendo aquilo que mais amava: viver para os palcos.